domingo, 24 de março de 2013

domingo, 17 de março de 2013

Resumo o processo civilizador. p. 23-27



 

 Referência- ELIAS, Norbert, O processo civilizador, Rio de Janeiro, v. 2, p. 23-27, 1994

RESUMO
 Sociogênese entre os conceitos de "Kultur" e "Civilização"- sociedade ocidental


       O conceito de civilização pode ter diferentes significados, dependendo da cultura a qual é empregada.  Para a sociedade ocidental, civilização, expressa a consciência nacional, que se julga superior a sociedades mais antigas ou as contemporâneas mais primitivas. Contudo, não denota a mesma coisa para distintas nações ocidentais.
       Para ingleses e franceses, civilização, resume o orgulho pela importância de suas nações para o progresso do Ocidente e da humanidade. Referindo-se a fatos políticos ou econômicos, religiosos ou técnicos, morais ou sociais. Também podendo referir-se a realizações e atitudes das pessoas. Ainda, civilização diz respeito a algo que está sempre em movimento constante, descreve um processo ou seu resultado. O conceito de civilização demonstra a autoconfiança de povos que se ampliaram fora de suas fronteiras e colonizaram territórios muito além delas.
       Para os alemães que emprega “Zivilisation”, conceituam como algo útil, porém com valor de segunda classe, compreendendo a superfície da existência humana. A palavra que para eles expressa o orgulho de suas realizações é Kultur.  A palavra se esclarece em seu derivado, Kulturell, que expõe o estilo e o valor de determinados produtos humanos, e não o valor inerente da pessoa. A palavra Kultiviert (cultivado) aproxima-se do significado ocidental de civilização, designa à forma da conduta ou comportamento da pessoa, descreve as atitudes das pessoas, ao contrário de Kulturell, que não mencionam diretamente as pessoas, mas a realizações humanas peculiares.  O conceito de Kultur dá evidência especial a diferenças nacionais e a identidade particular de grupos.  Reflete a consciência de si própria de um povo que teve de e correr atrás e constituir incessante suas fronteiras, tanto no sentido político como espiritual.
       Uma pessoa estranha tem dificuldade para entender o que significa civilização ou Kultur, referente aos conceitos definidos por essas nações. Por exemplo, o alemão pode até tentar explicar o conceito de Kultur para franceses e ingleses, que pensam com orgulho em sua civilização, mas dificilmente pode comunicar o mínimo que seja do meio formativo nacional específico e seus valores emocionais que para ele a palavra reveste.
       Os conceitos de Kultur e civilização foram usados frequentemente até  virarem instrumentos eficientes para expressar o que pessoas conheceram em comum e querem comunicar. Tornaram conceitos, no linguajar diário de uma dada sociedade. O individuo não sabe bem o porquê do significado está delimitado naquelas palavras. Usa-se porque lhe parece uma coisa natural, porque desde cedo aprende a ver o mundo através desses conceitos. Os conceitos sobrevivem enquanto gerações poderem identificar suas próprias experiências no significado das palavras. Em algumas ocasiões certas palavras desaparecem ou apenas adormecem, são relembradas porque algo no presente encontra expressão na solidificação do passado corporificada nas palavras.

domingo, 10 de março de 2013

ESTAMIRA, LOUCA PORÉM LÚCIDA

  
Estamira: louca, porém lúcida
Estamira é um documentário que nos provoca e nos induz a uma reflexão sobre as condições de desigualdades existentes em nossa sociedade e sobre as idéias de loucura e miséria presentes em nossa realidade.
Estamira é uma senhora que apesar de ser diagnosticada com distúrbios mentais, tem uma visão impressionante da realidade, que nos interessa, pois os assuntos retratados por ela tem fundamentos que faz parte do nosso cotidiano, são questões religiosas, sociais, enfim temas que nos inquietam.
O documentário fala sobre acontecimentos marcantes na vida de Estamira, acontecimentos esses, que sugerem explicações para o estado mental dela. Traição, estupro, maus tratos, tantas desilusões levaram Estamira ao delírio, loucura que a levou a renegar Deus, que antes tinha um significado importante pra ela, uma renegação como se o culpasse de não ter evitado tantos acontecimentos desastrosos na vida dela.
Após tantos transtornos, Estamira passou a ter alucinações, tentando assim escapar do que viveu no passado. Com uma vida cheia de problemas ela foi forte e como uma filósofa afirma ter uma missão, que é revelar a verdade ao mundo. Para ela “Estamira” está em todo lugar, é uma forma de ver o mundo. Como uma filósofa brilhante faz uma reflexão sobre as condições desumanas em que ela e todos do lixão vivem. Acreditando que a sociedade é desigual, defende a idéia de que a sociedade deveria ser igualitária, comunista. Sobre o trabalho, ela nos leva a pensar sobre as condições em que muitos são sujeitos, em que muitos trabalham feito escravos, se sacrificando. Na filosofia dela “sacrifício é uma coisa, agora trabalhar é outra coisa... Eu Estamira é que vos digo ao mundo inteiro, a todos, trabalhar não sacrificar”.
Estamira é uma lição de vida, porque tudo que ela passou, a miséria, a loucura foi fruto da questão social. Realmente Estamira foi uma mulher brilhante, e como disse a mesma: “Sou louca, sou doida, sou maluca, sou azuada. Sou essas quatro coisas. Porém lúcida e ciente sentimentalmente”.   

 A PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA INDEPENDENTE

A psicologia originou-se dos filósofos gregos, Sócrates, Aristóteles e Platão que começaram os primeiros estudos sobre a mente. Sócrates contribuiu com pensamentos sobre a razão, Platão definiu que a cabeça seria a parte do corpo para a razão e Aristóteles afirmou que alma e corpo não podem ser separados.

Resumo do livro: Psicologia, uma (nova) introdução
Autor: Luís Claudio Mendonça Figueiredo

CAPÍTULO 1: A psicologia como ciência independente

Os primeiros projetos de psicologia como ciência independente é um estudo recente, que data do século XIX. A partir desse período surgiram estudiosos que pretenderam tornar a psicologia um território próprio. Para isso era necessário  ter objetos e métodos próprios de estudo, para torná-la numa ciência independente.
Era uma questão complicada, devido ao fato dos conceitos filosóficos do período tratarem de temas relacionados a psicologia de hoje, como o comportamento, espírito e alma. Também no século XIX, as ciências sociais começaram a se constituir, tratando de assuntos de ações humanas em sociedade, dependendo do contexto histórico e social de cada comunidade. Não restando assim, nada para o estudo da psicologia.
Auguste Comte, filósofo francês do século XIX, reconhece a possibilidade de uma psicologia como uma área dependente, ou da biologia ou da sociologia, para ele não haveria lugar para uma psicologia independente. E até hoje, na psicologia científica, os estudos mantem relações com muitas ciência biológicas e sociais.
A situação da psicologia é curiosa. Se por um lado ela reivindica sua autonomia, por outro não consegue se desenvolver sem estabelecer relações com as ciências biológicas e sociais.